Comecei 2013 recém formada e sem emprego. Meu estágio havia terminado em dezembro e não tinha a menor ideia por onde começar minha vida profissional como jornalista diplomada. Bateu aquele desespero. "E se não conseguir nada na área?" "Será que perdi meu tempo e dinheiro com um curso que não irá trazer o retorno esperado?".
Mandei currículo como uma louca. Os dias passavam, o tédio e desespero aumentavam. Passei o carnaval com cara de velório e uma ideia em mente: ou consigo um emprego ou junto minhas tralhas e vou passar um tempo na casa da minha avó em Recife.
Bom, a primeira opção deu certo. Consegui um emprego como social media em São Paulo. Foi aí que minha saga de trabalhadora "adulta" realmente começou. Acordar cedo, pegar condução cheia, trabalhar muito, pegar condução lotada de novo e dormir. Por seis meses essa foi minha rotina. Não aguentava mais. Estava a ponto de jogar tudo para o alto em nome da minha saúde física e mental.
Claro que nesse meio tempo saia quando dava; ia em shows - vi o Pearl Jam pela segunda vez, nesta ocasião pude vê-los da grade do Lollapalooza e na companhia de minha irmã, o que tornou tudo muito mais especial. Conheci lugares diferentes, pessoas maravilhosas - neste aspecto 2013 foi muito generoso comigo. Voltei a conversar com minha melhor amiga que mora a alguns aeroportos de distância. Presenciei amigas queridas casando. Quase deu certo a implantação da AIESEC aqui em Mogi.
Mas tudo isso ainda não era suficiente. Trabalhar tão longe da minha casa estava tornando-se um fardo maior do que poderia suportar. Chorava sem motivo, não tinha ânimo para mais nada. Foi então que um amigo, sabendo do meu sofrimento, resolveu me chamar para morar junto com ele e mais dois amigos. A proposta era tentadora. O apartamento está localizado a exatamente CINCO MINUTOS do meu trabalho. CINCO MINUTOS A PÉ. Era o fim dos meus problemas. Ganharia quase três horas de sono, poderia voltar a assistir filmes, fazer meus trabalhos da pós graduação com tranquilidade, (sim, dei inicio em agosto a um curso de um ano de meio de pós graduação em Jornalismo Cultural). Enfim, voltaria a ter vida; algo que não sabia mais o que era.
Nove dias antes de completar 25 anos sai definitivamente da casa dos meus pais. Muito mais do que isso; sai da minha zona de conforto, da segurança financeira que meus pais me davam. Foi sem dúvida o maior desafio que 2013 me trouxe. Muito mais do que ingressar na minha área, mais do que escolher um curso de especialização.
Morar sozinha me fez amadurecer três anos em três meses. Tarefas triviais como tirar o lixo, pagar contas no prazo, fazer comida tornaram-se parte da minha preocupação rotineira. Claro que ganhei muito mais liberdade; saio a hora que quero, não dou satisfação para ninguém. Hoje, realmente sou dona do meu nariz.
E para completar este ano de aprendizagem e desafios, conheci um forasteiro que tem dado cor para minha vida. Sorrisos à minha rotina. Forasteiro este que tem sido a melhor parte dos meus dias. Que seja eterno enquanto dure.
Obrigada, 2013.
<3
E a vontade que fiquei de gritar GO GIRL, I LOVE YOU quando terminei de ler? 2014 trará esse monte de conquistas em dobro, verá.
ResponderExcluirAh, sim, o aeroporto, logo menos me descolo do meu pro seu e colo em você.